Depois de um tempo, tempo depois

Aristóteris Teixeira Leão, biólogo, trabalhou por mais de 20 anos no Instituto Butantã nas décadas de 1940 e 1950.

Durante esse período realizou várias pesquisas e expedições científicas dentre elas uma ao Rio Araguaia e a Ilha do Bananal, publicadas na revista Memórias do Instituto Butantã.

Ao herdar essas publicações, após o seu falecimento, sua filha a artista plástica Norma Vieira se encantou com as ilustrações e também com a precariedade da viagem por caminhos sem estrada, sem recursos.

 
 
 
 
 
 

A partir daí começa a desenvolver desenhos, fotos e vídeo e também refaz em 2009 o roteiro de seu pai ao Rio Araguaia e à Ilha do Bananal .

Conclui no mesmo ano o projeto “Depois de Um Tempo, Tempo Depois”, exposto no TOTE Espaço Cultural Campinas

 
 
 
 

A exposição  “Tempos Ácidos”,na Galeria de Arte da UNICAMP em Novembro de 2010, é um desdobramento dessa produção e mostra a pesquisa atual de Norma Vieira  com materiais industriais que dialogam  com o  artesanal no campo da pintura .

Utilizando  a aspersão térmica industrial  sobre painéis de madeira ela lixa, escova e obtêm um metalizado numa parte da superfície . Na outra parte é aplicada, pelo mesmo processo, outro produto industrial  quetexturisa a madeira. Desenhos feitos com percloreto de ferro percorrem ambas as partes.   

 
 
 
 

Paisagem ácida

Ao ter contato com a  empresa OGRAMAC  e tomar conhecimento das suas atividades na área de engenharia de superfície e aplicação da aspersão térmica de metais, vi a possibilidade de experimentar  esses produtos nas artes plásticas. Os diretores da empresa tiverem um grande interesse em uma utilização não industrial desse trabalho  e acolheram totalmente o projeto da artista que vem sendo experimentado há 2 anos.

 
 
 
 

Através do processo de aspersão térmica Arco Spray onde dois eletrodos consumíveis em forma de arame são alimentados de forma contínua, se encontram em um ponto e, pela diferença de potencial, são fundidos e atomizados por ar comprimido e projetados sobre um substrato previamente preparado, onde  são depositadas as  ligas metálicas  escolhidas :alumínio, cobre, zinco, estanho, alumina, molibdênio, etc..

Essa parte é feita toda na própria empresa  que disponibilizou um espaço especial, separado , preparado  especialmente para esse projeto . Os  produtossão então aplicados  pelos funcionários da indústria em partes previamente desenhadas  ou na superfície total , conforme instruções da artista . 

Em seguida, já no meu atelier, é feito o processo de polimento e corrosão através de lixas, escovas e ácidos. Com isso são conseguidas tonalidades e texturas que dialogam com artesanal e a a tradição da pintura.

O trabalho apresentado para o edital do Museu de Arte Contemporânea de Campinas é composto por 9 painéis de madeira de 90 x 90 cm expostos lado a lado horizontalmente formando uma grande e instigante paisagem.

 
 
 
 
 
 
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